domingo, 2 de agosto de 2009

Moça do vestido florido.

Que de mil véus seja seu leito de descanso,
após injuriar-me com a mais bela das danças.
E a mais nobre das posturas.

Flamenco minha alma,
e arrasa em sapateio meus sentidos,
por entre passos que meus olhos falham em compreender
mas sucedo sempre em sentí-los.

Do vestido florido, que me faz hipnotizado,
visita-me em sonhos, em situações indescritíveis.
E que vivas sejam as flores, no traje que acompanha
todos sua graça e todos seus movimentos.

Por que, pergunto-me, sinto-me o mais honrado
ao poder ver a magia de seus passos, como se os fizesse para mim?
E também, por que me considero o mais inafortunado dos homens
vendo a mais bela das criaturas,
sem poder nem mesmo tocá-la ou compreendê-la.

Vejo uma dança, a qual não está no futuro nem no passado,
onde leves-me à intensidade que realiza seus jogos de graça.
Unidos, somente um, em um palco de poucas luzes.

A beleza é fraca, é fútil e traidora.
Mas a beleza do movimento da moça do vestido florido...
É surreal, é magestral.

Quem sou, que creio um dia poder dividir uma rumba qualquer,
com a moça do vestido florido?
Há todo um universo entre minha realidade,
e a dela,
onde tais flores fazem-me sempre fascinado.

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