quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Conspirações, campanhas publicitárias e a representação da cota social.

Ultimamente venho a me surpreender por algumas campanhas publicitárias, que podem ser inovadoras ou conseguem ser boas sem serem inovadoras.
Qualquer brasileiro que ligou sua televisão na época pré-natal de 2007 viu algum dos comerciais do CD Queen Collection, que foram bem feitos e devem ter vendido muitos CD's. O que é o interessante disso? "Dá" até para imaginar a cena, em alguma cobertura de um grande prédio comercial de uma metrópole como São Paulo ou Rio de Janeiro, vem a reunião que marcará o lançamento de uma nova idéia, ou mais precisamente, o relançamento de uma boa e velha idéia.
De um lado da mesa o diretor de uma grande gravadora, uma Universal, uma SomLivre. Do outro, o C.E.O. de uma rede de informações, como a Warner Channel (que passou comerciais de um seriado chamado Studio 60 ao som de Under Pressure, do Queen, por boa parte de 2007, prevendo o renascimento da banda) e eles discutem a troca de "favores" (com "s" cifrão), pela troca de serviços.
Alguns dias depois o mesmo diretor da gravadora chama ao seu encontro alguns funcionários de alto escalão de empresas diversas de telefonia móvel, alguns apertos de mão aqui, algumas reuniões ali e está decidido que após o lançamento da coletânea o principal comercial da rede Claro de celulares usará outra música da banda em questão, a música A Kind of Magic.
E pronto, eles já estão criando uma espécie de Brain Storm (o lançamento de uma idéia em várias pessoas) em alta escala, isso já prevendo a vinda do filme sobre Freddie Mercury (vocalista do Queen), que contará com a atuação de Johnny Depp, que já é um fenômeno por entre as idades de 13 ~ 20 anos pela trilogia Piratas do Caribe (que não se compara a outros grandes filmes do Johnny Depp, mas isso não vem ao caso).
É incrível como isso é feito, "eles" pegam uma banda velha, com músicas velhas e imagem velha e consequem fazer dinheiro em cima, seja por um ótimo presente de natal, por um filme, ou pela união de várias campanhas publicitárias que acabam se aproveitando entre si. E todos ganham, é magnífico. Não digo para vocês que é algo imoral ou ilegal, e sim que é algo que merece ser levado em consideração, como essas campanhas publicitárias e produtos conseguem recriar uma idéia praticamente morta (a apreciação pelo Queen, no caso) e utilizá-la por vários públicos alvos para fazerem dinheiro, é realmente incrível.

Outras campanhas que também me chamaram a atenção foram o novo comercial dos postos Ipiranga e o anúncio do produto Hot Pocket, da Sadia.
A propaganda da Ipiranga é realmente um auge televisivo. Realmente. Em uma época onde tudo o que se precisa para se vender um produto é colocar mulheres seminuas na televisão, onde geralmente o papel do obeso, do feio, é algo cômico e nunca o personagem principal, como o obeso alvo de piada na propaganda do protetor solar [que me fugiu o nome agora] ou o personagem feio que se tornava bonito ao entrar em um Fiat Palio, a Ipiranga colocou uma mulher obesa (realmente obesa, nada de "gordinha") para representar a consumidora de gasolina, que confia no produto que está comprando. O comercial tem lá um toque de humor sarcástico com a mulher quase caindo de um colchão no começo da propaganda, mas já é um começo*.
Não se enganem, não faço parte da população obesa desse país e não seria por isso a razão de postar esse artigo, mas uma boa parte da população brasileira faz parte desse grupo, e geralmente é ignorada nas campanhas publicitárias.
O anúncio da Sadia que me chamou atenção foi publicado na revista Veja, de forma a ser destacado e colocado no microondas para que a imagem do produto surja através da temperatura, algo interessante e que consegue mostrar o produto com uma clareza, sem deixar de mostrar a simplicidade em que o produto é esquentado.
Me veio a idéia de um anúncio de fornos elétricos, em que o texto que apareceria após o tempo no microondas seria algo como: "Esse papel possui alumínio, você acabou de danificar seu microondas, se você tivesse um forno elétrico você não precisaria se preocupar com isso." Claro, seria algo completamente nonsense e teria lá suas críticas, também haveria depoimentos emocionados de pessoas para jornalistas dizendo terem perdido microondas de anos e anos atrás, mas umas indenizações e pronto, a notícia se espalharia pelo Brasil inteiro, e em poucos meses a maioria das casas populares teriam adquirido um forno elétrico, tal como dizem: "Qualquer publicidade é boa publicidade".
É incrível como em todos esses casos a publicidade tem um impacto forte na sociedade.

O segundo assunto do post é sobre a representação da cota social no brasil, a Ministra da Igualdade Social Matilde Ribeiro, que foi deposta por usar seu cartão de crédito em bares e restaurantes como "emergência nacional", gastando mais de 170.000 reais.
Vejam só que beleza, a representação mais forte da idéia da Cota Social (me pergunto se seria mesmo "idéia", considerando que é anti-constitucional eu diria mais que é um crime, um erro da União por parte de políticos que se aproveitam dessa população para ganharem votos) desperdiçou a sua carreira ganha através de - veja só - cotas sociais, praticando esse crime, é realmente inspirador para jovens de classes consideradas inafortunadas que acreditam na cota.
Agora não se enganem, eu realmente sou preconceituoso, falo isso com todas as letras, que venha o chefe da polícia me prender na minha própria casa por expressar minha opinião se for o caso. Não sou preconceituoso em relação a negros, asiáticos e afins, sou preconceituoso a toda e qualquer pessoa que diga apoiar cotas sociais, pois afinal o preconceito é a pré-imagem de uma pessoa, e eu tenho a pré-imagem de que todos que acham a cota social algo certo serem ignorantes, pois ignoram o bom-senso (para não falar "ética") e a Constituição.
Afinal, já virou praxe tal frase, mas de qualquer forma: Viva o Brasil!

*Procurei um link de vídeo dessa propaganda para colocar aqui, mas o público brasileiro está mais interessado em fazer upload de justamente as propagandas que contam com as mulheres seminuas e afins.

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4 comentários:

Rafael disse...

O que eu acho incrível mesmo, é que conseguem vender placas roxas, com supostos poderes milagrosos, para pessoas que frequentaram a escola!

Sem falar nas propagandas adestradoras da massa... ou melhor, dos consumistas. Achei incrível quando ouvi esta frase em um comercial do BB "estou feliz porque hoje em dia as pessoas só compram produtos 'verdes'"... naquela noite eu planejava ficar acordado até o amanhecer, mas depois de ouvir isso... abaixei as orelhas, coloquei o rabo entre as pernas e fui dormir...

Anônimo disse...

A publicidade é algo realmente incrível. Consegue fazer com que uma multidão queira, acredite, faça algo.
E o legal é que é como um truque de ilusionismo. 95% dessa multidão não sabe como a propaganda faz isso. E o triste é que a maioria absoluta sequer sabe que são as campanhas que fazem isso.
É como nos clássicos 1984, Admirável Mundo Novo, e na musica da Pitty:

"Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva"

E a pior parte:

"Não senhor, Sim senhor, Não senhor, Sim senhor"

Eu ainda poderia citar os regimes totalitários mantidos pela propaganda e pela Identidade Visual, mas não....

=P

Anônimo disse...

Ae Eduardo, Elizeu na Escuta (hehehe)!!
Show de bola a tua observação! Realmente, sempre tem algum objetivo, interesse nas propagandas. É o caso de alguns automóveis, que em breve serão reestilizados, aí as montadoras fazem séries especiais, limitadas, diversas propagandas, "promoções", com o intuito de acabar com o estoque. Como o Peugeot 206 (que em breve será reestilizado e se chamará 207), o VW Gol, que virá bastante diferente, o Honda Fit. E por aí vai...

Anônimo disse...

Ehe, o tal do esquema dos cartões corporativos! Disseram por aí que a ministra pediu Demissão. Que deve ser uma mentira. Aí eu pergunto: o presidente vai deixar uma mulher que gastou tanto, sujar o nome dele? Demitiram, isso sim! Por que o Genuíno que levou os dólares na cueca continua na política e defendendo o presidente???? E o ministro dos esportes que pagou a tal da tapioca, não foi demitido??? Regras devem ser respeitadas, pois o objetivo dos cartões era garantir a segurança nacional (huahuahua)!
E o Lula, o que foi fazer lá nas geleiras com Dona Marisa e a família??? Foi gastar mais um pouquinho com os cartões créditos!!