terça-feira, 21 de outubro de 2008

Excertos de um avião escuro e uma mente iluminada.

Vivo da mais intensa dor e agonia.
Agonia de quem viu o futuro e anseia pelo passado.

Por que o ar que respiro, mais parece trazer combustível do que vida?
Por que a água que me desce a garganta já não me proporciona prazer algum,
e faz-me máquina?

A inércia em que vivo é a mesma que me enoja.
"Algo para me dar prazer!" Grito inutilmente para mim mesmo.
Grito em pensamento, pois sou covarde de gritar em voz.

Covarde é o que sou.
Mas tal auto-conhecimento traz-me benefícios? Traz-me bravura?
Maldita seja esta obsessão por tentar me entender.
Sinto pena do primeiro humanóide que ao levantar sua lança questionou-se "por que?"

Diagnósticos de mim não trarão-me felicidade. Pelo contrário.
Ainda assim, não consigo evitar de querer descobrir a razão de escrever essas palavras todas.
Basta! Está tarde já.

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3 comentários:

Anitcha disse...

Covarde? Não. Homem!
Pobre o homem que se põe a caminhar pela busca interna.
Pobre o que respira devaneios e anseia resposta. Segue buscando o fim das doenças da dúvida.
Pobre aquele que substima o equilíbrio. Vive a questionar-se os porquês sem gozar do real.
Mas, jamais pobre aquele que se esgota da luta interna, fecha os olhos e vive.


Eis a diferença da mente e do concreto.
Porque homem é carne, é costela e até barro, mas nunca o concreto.

matheus disse...

Cara, não sou um escritor suficientemente bom para criticar ou algo assim seu texto, só queria dizer que achei muuito bom esse texto, a busca pela descoberta de si próprio.. porque sempre tento tentar entender o outro mas esqueço de tentar entender a mim mesmo! não esqueço, somente não consigo! excelente martinez!

Anônimo disse...

Querer buscar o auto conhecimento nos faz apenas sofrer.
Covarde somos quando pensamos no que iremos fazer, pensar nas consequencias, nas negativas, sempre.
Por outro lado, agir sem reflexão seria estupidez, porém, poderiamos sermais felizes.
Ultimamente, e com esse texto,tenho visto como é complexo descobrir suas próprias características, entende-las, e ainda mais aceitá-las.

O que pode consolar-me é que amanhã poderei estar extinto, e ninguém mais poderá imaginar as agústias que vivi, nem eu.