segunda-feira, 9 de junho de 2008

A viagem.

"Tec. Tec."
Batia a caneta à folha em branco, como a mente de seu dono.
Onde havia esse escritor, que um dia teve exuberante fama e reputação, perdido suas idéias, suas inspirações? Encarava agora sua folha vaga, e não havia muito o que fazer contra seu bloqueio criativo.
Um tempo passa e um amigo que o observa comenta:
-Viaje, é o que você precisa, suas idéias terão retornado.
Com certa relutância o escritor segue o conselho dado...

O barulho das malas quicando no banco passageiro em cada lombada, luzes aos olhos, a estrada escura.

Certo tempo passa e nosso amigo escritor vê o farol no horizonte. E ao parar seu veículo o escritor se dirige à porta. Entrando sente um frio descomunal, que já havia sentido várias vezes. O lugar está deserto e aparenta estar sem visitas há certo tempo. Passam-se alguns minutos e o escritor continua a procurar alguém, algo.
De repente há um som forte e uma figura fantasmagórica de uma velha mulher aparece à sua frente, com a mais vil de todas as vozes:
-Que fazes aqui? Sabes que não encontrará nada! Perde seu tempo, estúpido! Volte de onde veio!

Olhos se abrem e surge novamente a voz do amigo:
-De volta? Não tem nada lá mesmo? Nada novo?
-Só aquela maldita velha... Preciso saber o que ela representa...
-Fique tranquilo amigo, tudo voltará. Tudo voltará.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Sempre que dá eu passo aqui. E cada vez eu gosto mais.